terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Boneca do Orfanato II


Os dias foram passando vagarosos e sofridos para Richard, que devido a circunstancias se apoiava e confiava cada dia mais em Lua a única pessoa que o ouvia e que não lhe humilhava.
Richard passava os dias pensando em uma forma de dizer para Lua tudo aquilo que ele sentia, mas nem ele ao menos sabia o que de veras sentia por ela, era tudo muito confuso ele não sabia se gostava ou do fato dela lhe dar atenção, ele só sabia que ao lado dela sentia-se seguro e isso era o suficiente para ele naquele momento entregar seu coração a ela.
Numa manhã lindamente iluminada de quarta-feira, o dia era especial para as crianças, pois era dia de brincadeiras e de liberdade, era feriado. Richard após pensar muito resolve que neste dia tão esperado ele diria a Lua o que sentia por ela. Pegou-se varias vezes treinando discursos pré-definidos, mas no fim das contas viu que assim não fusionava, resolveu dizer apenas o que sentir na hora.
E então o dia foi seguido de um vasto café da manhã, com direito a doces e tudo que uma criança gosta, após o café todos saíram para o pátio para as brincadeiras, Richard sentou-se em um banquinho um pouco afastado para tomar coragem enquanto mais uma vez tenta pré-definir o que irá dizer a Lua,
Ela se encontrava a uns 10 metros de onde ele estava, conversando com uma amiga. Richard a observava e cada detalhe de seu jeito meigo e seus olhos luminosos. Com muito custo ele consegue despregar suas nádegas do banco e caminhar em direção a ela.
Chegou diante dela tremendo, ela imediatamente observou algo diferente no garoto, e disse:

_Richard o que foi? Você está doente?
_Ah, não, eu... eu estou bem.
_Você está tremendo!
_Lua posso conversar a sós com você?
¬ Lua vira-se para sua amiga e diz:
_Carla depois a gente se fala OK?
_Claro Lua até logo.
Lua olha no olhos de Richard e diz:
_O que quer dizer?
_Eu... eu preciso te contar uma coisa que sinto.
_Você está passando mal Richard?
_Não, não é isso.
_Então diga.
_Lua eu, eu não sei se devia mas, mas eu preciso te dizer o que sinto por você. Dês de que cheguei aqui só sofri humilhação por parte das outras crianças e somente você me apóia aqui dentro, eu sinto que posso confiar em você, eu penso em você o tempo inteiro, eu quero estar a seu lado sempre, sua simples presença me faz bem... Lua... acho que estou apaixonado por você.
Lua arregala os olhos estupefata, e sem saber bem o que dizer... pega de surpresa e um pouco confusa disse:
_Que... que lindo isso Richard, eu... eu também gosto muito de você e...
Richard extremamente satisfeito com o que ouvira até então interrompe ela dizendo:
_Eu sabia Lua que você sentia o mesmo, a principio fiquei com medo de te dizer, por que achei que você não gostava de mim dessa maneira mas depois eu tive a certeza do contrário, e agora você me disse. Lua este é o único momento feliz que tive depois que meus pais se foram.
Richard abraça Lua fortemente, e chora em seu vestido amarelo de detalhes brancos, Lua comovida com a situação, abraça fortemente Richard, e em seguida olha em seu rosto e diz:
_Richard, venha comigo.
Então sorrateiramente Richard e Lua se dirigem a atrás do orfanato, onde era impossível vê-los, lua chega perto de Richard pega em sua mão e diz:
_Richard você já beijou uma garota antes?
Richard se assusta com a situação, pois ele não esperava que tão logo ele teria este tipo de contato com uma garota, na verdade ele nem havia pensado nisso quando se declarou a Lua, ele apenas queria dizer que a amava e nada mais. Richard impressionado e muito ansioso diz timidamente:
_Não, nunca tive...
_Então feche os olhos.
Richard fecha seus olhos, e aguarda... aguarda... quando ele pensa em abrir os olhos, sente os suaves lábios de lua tocando os seus, ele meio sem jeito, ela experiente. Lua pega nas mãos de Richard e os envolve em sua cintura, e continua a beijá-lo.
Ele tinha uma sensação que nunca havia sentido antes, era algo quente e nostálgico, ele apenas pensava que poderia passar a vida inteira fazendo aquilo, mas isso é impossível e o beijo chega ao fim.
Richard olha impressionada no rosto de Lua que esboça um suave sorriso, ele imediatamente abraça ela e diz mais uma vez para que ela não se esqueça:
_Lua você é a pessoa que mais amo na minha vida, eu não quero nunca ficar longe de você, me prometa que estará sempre do meu lado?
Lua meio sem jeito evita responder, mas Richard insiste:
_Lua você me promete?
Lua reponde com uma vós sufocada e sem firmeza.
_Sim.
Richard põe-se a chorar novamente. Lua diz:
_Hei Richard não chore, você está feliz ou triste? Enxugue essas lágrimas e vamos voltar ao grupo, OK?
Richard diz, pondo em seu rosto um sorriso de orelha a orelha.
_Sim, claro!
Então ele e Lua voltam ao grupo. Ela se afasta dele e vai em direção a amiga com quem conversava antes, a amiga imediatamente pergunta em tom baixo:
_O que esse menino queria com você Lua?
Lua responde com um tom preocupado na voz:
_Ele está gostando de mim.
_E a o que você fez?
_Eu fiquei com ele.
_Lua, mas não é do Robert que você gosta?
_Fale mais baixo! Sim é dele que eu gosto, mas tive pena de Richard ele parece estar mesmo gostando de mim, não tive coragem de dizer a verdade a ele.
_Ai Lua só você para dar atenção a este garoto estranho, olha aqui eu já falei com o Robert que você é afim dele, e ele também está afim de você, então trate de resolver isso logo.
_Claro, amanhã eu tento dizer a verdade para o Richard e então poderei ficar com meu verdadeiro amor.
_Lua você não devia ter iludido esse garoto!
_Eu já disse eu tenho pena dele, e olha aqui, nem pense em contar para alguém que vou ficar com o Robert o Richard não pode saber disso de jeito nem um!
_É se ele souber vai ser horrível por que eu percebi que o Robert é quem mais judia dele.
_Por isso o Richard não pode nem sonhar em saber!
_OK, OK!

E assim seguiu este dia todo especial para Richard, nem uma das humilhações sofridas por ele naquele dia tiveram grande efeito em seu humor pois ele ocupava sua mente com algo sublime, o amor.

Fim da segunda parte.